quarta-feira, 25 de setembro de 2013

OH SIM, A CHUVA QUE CAI.

Chuva, chuva amiga
eu lhe entrego olhos e ouvidos
alguns  têm medo de ti. Medos da infância? Talvez...
chuva, chuva grossa ou chuva fina
cortina de névoa
torrencial.
um relâmpago
um trovão
O apagão.
Luz que se apaga.
Caminhar na enxurrada, descalça.
Barquinho de papel que anda, anda e se desmancha.
Fragilidades da vida....
Grandes e pequenos temores, lembranças.
E os pássaros?
Ah, os pássaros são aves sutis. "Cantadeiras."
Encantam com seus cantos
e se escondem da chuva
fugindo das gotas que caem
e batem na minha vidraça
da janela que se abre\fecha para o mundo
"vasto mundo", às vezes prático, pragmático
dramático.
Há em mim sensibilidades que jamais foram ensinadas
Eu que não sei versejar...
Não sou "fazendeiro do ar".
Chuva que pinga e explode   em todos telhados
nas cidades e nos caminhos.
É são Pedro arrastando os móveis
contava minha mãe, espantando nosso medo dos trovões
e das tempestades que caíam.
Ela largava a costura, 
para falar de muitas histórias.
Pois é,
Aprendi a gostar da  chuva, de relâmpago ou trovoada,
lembranças  da infância,
do cheiro de terra molhada
                                    
dos barquinhos na enxurrada
de pés descalços na água
e festa da meninada.

(inspirada livremente  em A Velha Poesia de Mário Quintana)